Nos últimos 15 anos, a transformação tecnológica revolucionou a forma como lidamos com informações. Hoje, os dados são um dos ativos mais valiosos para qualquer negócio. Com o surgimento de ferramentas como o ChatGPT, Gemini, Llama e a DeepSeek, a inteligência artificial (IA) está mudando rapidamente todos os setores, criando novas oportunidades e desafios.
Mas o que isso significa para as PMEs?
Como a IA pode ser uma aliada estratégica para o crescimento do seu negócio?
E qual é o papel da proteção de dados e do DPO neste cenário?
A Jornada das PMEs na Adoção de IA
No Painel PMEs na Jornada de IA: da ideia à implementação, realizado durante
o Summit Inteligência Artificial da FIESP e CIESP, em agosto de 2024, foram apresentados dados importantes sobre o cenário atual:
- 65% dos empreendedores conhecem pouco ou nada sobre IA, sendo o desconhecimento proporcional ao porte da empresa, quanto menor o negócio, maior o desconhecimento;
- 78% buscam informações sobre o tema em eventos, workshops e internet;
- 60% planejam implementar IA em até um ano;
- 17,6% informaram não querem utilizar IA, o que foi, inclusive, ponderado que provavelmente estas empresas não participarão da próxima pesquisa, pois estarão fora do mercado;
- 15,5% já estão testando ou implementando soluções de IA; e
- 6,8% já utilizam IA em pelo menos uma área do negócio.
Estes números mostram que, embora ainda haja um grande desconhecimento sobre o tema e que pouco foi explorado, existe um interesse crescente pelas PMEs em adotarem IA para impulsionarem a competitividade e a eficiência em seus negócios.
A proteção de Dados é fundamental para o uso ético e seguro de IA, por esta razão, o Encarregado de Dados (DPO) torna-se crucial para as PMEs.
É que para implementar IA generativa é preciso que os bancos de dados estejam bem estruturados e que a empresa tenha uma governança em IA robusta.
Como muitos dos dados tratados por sistemas de IA são pessoais, alguns pontos importantes do Programa de Governança em Privacidade podem e devem ser aproveitados.
Vale ressaltar ainda que, em 2024, a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) foi nomeada coordenadora do Sistema Nacional de Regulação e Governança de Inteligência Artificial (SIA), reforçando a importância de alinhar a inovação com a proteção de dados.
Por que investir em um DPO é um diferencial competitivo?
Ter um Encarregado de Dados bem posicionado e capacitado vai além de evitar sanções ou problemas regulatórios. Ele pode transformar desafios em vantagens competitivas, trazendo benefícios como:
- Redução de riscos e fortalecimento da reputação através da demonstração do compromisso com a privacidade e a segurança da informação da empresa, aumentando, assim, a confiança dos clientes e parceiros;
- Cultura de Transparência através da promoção da cultura organizacional que prioriza a privacidade e a proteção de dados, fortalecendo relacionamentos com os stakeholders;
- Inovação Sustentável através do uso ético dos dados desde a criação de produtos, serviços e processos;
- Preparação para o ano: as tendências de privacidade em 2025 são as due diligences de proteção de dados realizadas pelas grandes e médias empresas em seus fornecedores; bem como os direitos dos titulares, medidas de segurança técnicas e administrativas e dados biométricos por se tratarem de temas prioritários na agenda da ANPD. Aliás, a Autoridade abriu processos fiscalizatórios em face de 20 empresas que não nomearam adequadamente DPOs no final de 2024.
Por onde começar?
Cada negócio é único e por isso, as soluções também devem ser individualizadas.
Construir um Programa de Governança em Privacidade com a assessoria de especialistas é um primeiro passo para entender quais são os pontos mais delicados e vulneráveis da sua empresa.
Este programa envolve diversas áreas, não apenas as de tecnologia e inovação, mas todas aquelas que tratam dados pessoais internamente na empresa, como administrativo, marketing, financeiro, comercial, RH.
Alguns pontos do programa:
- implementação da estruturação das atividades de tratamento de dados pessoais;
- políticas de proteção de dados;
- o uso ético de dados pessoais desde a concepção de produtos, serviços e processo internos.
O DPO, portanto, não é apenas um agente de conformidade, mas um parceiro estratégico para a empresa.
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