A sua empresa pensa na idade do candidato ao contatar? Este pode ser um indício de preconceito contra a idade, o chamado “etarismo”. Este tipo de preconceito engloba pessoas de todas as idades, mas é muito mais comum contra pessoas idosas. Fato ou fake?
No começo do ano, fomos testemunhas de etarismo no ambiente universitário quando algumas estudantes debocharam de uma colega que com mais de 40 anos tinha começados seus estudos em Biomedicina em uma universidade de Bauru, interior de São Paulo.
Trazendo esta realidade para as empresas, nos deparamos com uma geração que é intelectualmente e fisicamente ativa, mas que encontra dificuldades de ingresso e até manutenção no trabalho: os 50+.
Tivemos um caso recente no qual a Rede Globo dispensou vários jornalistas com mais de 50 anos. A justificativa foram os altos salários e de se tratar de um “processo de transformação e evolução”. Estes desligamentos foram ou não preconceituosos?
Uma pesquisa realizada pela empresa Infojobs, feita com 4.588 profissionais em 2021, revelou que no Brasil: 70% dos profissionais com mais de 40 anos já sofreram preconceito por causa de sua idade. Além disso, 78% dos pesquisados dizem que o mercado não oferece as mesmas oportunidades para quem está acima dos 40, em comparação com os mais jovens. Para 61%, o principal desafio profissional é não encontrar empresas que deem chances para que os mais velhos mostrem seu potencial.
De fato, até pouco tempo atrás, ter 50 anos era sinônimo de aposentadoria, palavra esta que estava relacionada com o “descanso”, momento de se dedicar ao “lazer.
No entanto, o envelhecimento da população brasileira vem acontecendo de forma acelerada por fatores que vão desde baixas taxas de mortalidade precoce à melhores condições de vida e redução da natalidade.
Hoje, 26% da população brasileira tem mais de 50 anos, mas, até 2040, 57% – ou seja mais da metade da força de trabalho – terá mais de 45 anos.
O mercado deveria estar preparado para esse cenário, mas o etarismo nas empresas – e na sociedade, aliás – é preocupante.
Fato é que, nos dias de hoje, a presença de profissionais 50+ nas empresas é mais uma questão mais relacionada à cultura organizacional do que à capacidade dos candidatos.
Além disso, como a maior parte das empresas ainda possui um pensamento voltado à hierarquia e aos modelos tradicionais de ascensão profissional, poucas já estão abertas a um novo tipo de estrutura, mais horizontalizada, com estruturas que acomodem diferentes perfis profissionais e projetos de vida.
Do ponto de vista jurídico, em nada se difere da contratação de um profissional 50+ de um mais novo. Algumas convenções coletivas, garantem uma estabilidade pré-aposentadoria, mas até nestes casos é necessário que se preencham alguns requisitos.
O etarismo é, portanto, um fato que pode ser considerado como ponto de discriminação no momento da contratação e até do desligamento, como ocorreu na Rede Globo.
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