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Publicações - 29/03/23

Burnout e o cuidado com a saúde mental das mulheres

Trabalhar fora todos os dias, muitas vezes liderando equipes, entregando metas e ainda realizar os cuidados pessoais, ser esposa atenciosa, cuidar dos filhos e exercer tarefas domésticas. Essa é a realidade de muitas mulheres.

Nota-se que em todas as tarefas está embutido o “dever” de resolver conflitos, problemas, de deixar tudo “em ordem”.

E, fazendo uma ligação com a síndrome de Burnout – até onde isto é saudável? Como identificar se a sua empresa possui empregadas que estão sofrendo com esta síndrome? Como evitar esta síndrome?

A síndrome de Burnout, também conhecida como síndrome do esgotamento, é um distúrbio psíquico caracterizado pela exaustão, estresse e esgotamento físico, provocados por condições de trabalho desgastantes e afeta muito mais mulheres do que homens, devido ao esgotamento físico e mental que a dupla jornada causa àquelas.

Segundo pesquisa da plataforma LinkedIn, feita em 2019, em questionário feito com quase 5 mil americanos, 74% das mulheres responderam que estavam muito ou razoavelmente estressadas por motivos ligados ao trabalho, número 13% maior quando comparado a mesma resposta dos homens.

Algumas situações e procedimentos já são conhecidos como causas do Burnout, entre eles:

  • Quando a empresa não respeita horários de entrada e saída do trabalho do colaborador;
  • Isolamento e falta de integração entre os membros da equipe;
  • Prazos de entrega que não são factíveis;
  • Metas fora da realidade;
  • Chefes com comportamentos abusivos, que configuram assédio moral;
  • Insegurança quanto a estabilidade no emprego;
  • Falta de clareza sobre os objetivos da equipe e empresa.

E como as empresas podem contribuir para a diminuição deste número?

A melhor forma de combater o Burnout é:

  • manter o ambiente de trabalho saudável, primando por uma cultura sustentável e humanizada, incentivando relacionamentos, entre pares e em níveis hierárquicos, que garantam a segurança psicológica de todos os empregados/colaboradores;
  • Criar ambientes onde as mulheres se sintam confortáveis para compartilhar experiências e buscar apoio para seu próprio desenvolvimento; manter sempre uma comunicação clara e aberta;
  • Estabelecer metas factíveis e alcançáveis no trabalho;
  • Orientar as profissionais a realizar a gestão do tempo.

Vale lembrar que desde o dia 1º de janeiro de 2022, a síndrome de Burnout foi incorporada à lista das doenças ocupacionais reconhecidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), podendo trazer consequências relevantes para as empresas. Vejamos:

  • Afastamento: por meio de atestado médico mediante avaliação, é possível se afastar do trabalho por 15 dias, sem perder o recebimento;
  • Auxílio-doença: tendo qualidade de segurado do INSS, e se comprovada a síndrome de Burnout pela perícia médica, o empregado recebe o auxílio-doença;
  • Estabilidade no trabalho: é assegurada uma estabilidade no trabalho por um período de 12 meses, ou seja, neste período o empregado não poderá ser demitido;
  • Indenização moral/material: no caso de condenação em reclamação trabalhista, se houver gastos com médicos, psicólogos e outros profissionais, caberá à empresa arcar com tais custos, além de pedidos de indenização por “dores da alma”.

Todos podem trabalhar, inclusive fazer dupla jornada (como a maioria das mulheres realmente fazem) mas, ninguém precisa adoecer!

Zelar pela saúde mental feminina é fundamental, afinal somos integradas, mente-corpo. O adoecimento de um compromete o equilíbrio e o desempenho de ambos.

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