Trabalhar fora todos os dias, muitas vezes liderando equipes, entregando metas e ainda realizar os cuidados pessoais, ser esposa atenciosa, cuidar dos filhos e exercer tarefas domésticas. Essa é a realidade de muitas mulheres.
Nota-se que em todas as tarefas está embutido o “dever” de resolver conflitos, problemas, de deixar tudo “em ordem”.
E, fazendo uma ligação com a síndrome de Burnout – até onde isto é saudável? Como identificar se a sua empresa possui empregadas que estão sofrendo com esta síndrome? Como evitar esta síndrome?
A síndrome de Burnout, também conhecida como síndrome do esgotamento, é um distúrbio psíquico caracterizado pela exaustão, estresse e esgotamento físico, provocados por condições de trabalho desgastantes e afeta muito mais mulheres do que homens, devido ao esgotamento físico e mental que a dupla jornada causa àquelas.
Segundo pesquisa da plataforma LinkedIn, feita em 2019, em questionário feito com quase 5 mil americanos, 74% das mulheres responderam que estavam muito ou razoavelmente estressadas por motivos ligados ao trabalho, número 13% maior quando comparado a mesma resposta dos homens.
Algumas situações e procedimentos já são conhecidos como causas do Burnout, entre eles:
- Quando a empresa não respeita horários de entrada e saída do trabalho do colaborador;
- Isolamento e falta de integração entre os membros da equipe;
- Prazos de entrega que não são factíveis;
- Metas fora da realidade;
- Chefes com comportamentos abusivos, que configuram assédio moral;
- Insegurança quanto a estabilidade no emprego;
- Falta de clareza sobre os objetivos da equipe e empresa.
E como as empresas podem contribuir para a diminuição deste número?
A melhor forma de combater o Burnout é:
- manter o ambiente de trabalho saudável, primando por uma cultura sustentável e humanizada, incentivando relacionamentos, entre pares e em níveis hierárquicos, que garantam a segurança psicológica de todos os empregados/colaboradores;
- Criar ambientes onde as mulheres se sintam confortáveis para compartilhar experiências e buscar apoio para seu próprio desenvolvimento; manter sempre uma comunicação clara e aberta;
- Estabelecer metas factíveis e alcançáveis no trabalho;
- Orientar as profissionais a realizar a gestão do tempo.
Vale lembrar que desde o dia 1º de janeiro de 2022, a síndrome de Burnout foi incorporada à lista das doenças ocupacionais reconhecidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), podendo trazer consequências relevantes para as empresas. Vejamos:
- Afastamento: por meio de atestado médico mediante avaliação, é possível se afastar do trabalho por 15 dias, sem perder o recebimento;
- Auxílio-doença: tendo qualidade de segurado do INSS, e se comprovada a síndrome de Burnout pela perícia médica, o empregado recebe o auxílio-doença;
- Estabilidade no trabalho: é assegurada uma estabilidade no trabalho por um período de 12 meses, ou seja, neste período o empregado não poderá ser demitido;
- Indenização moral/material: no caso de condenação em reclamação trabalhista, se houver gastos com médicos, psicólogos e outros profissionais, caberá à empresa arcar com tais custos, além de pedidos de indenização por “dores da alma”.
Todos podem trabalhar, inclusive fazer dupla jornada (como a maioria das mulheres realmente fazem) mas, ninguém precisa adoecer!
Zelar pela saúde mental feminina é fundamental, afinal somos integradas, mente-corpo. O adoecimento de um compromete o equilíbrio e o desempenho de ambos.
Quer saber mais sobre como manter sua empresa legalmente saudável e com ambiente salutar?
O Duarte Tonetti Advogados apresenta sempre as informações seguras e a legislação mais atualizada, dando aos seus clientes e amigos aquele algo a mais que se espera de um escritório de advocacia.
Fique atento em nossos artigos e redes sociais para receber novidades e atualizações jurídicas!